quinta-feira, 11 de junho de 2009

Saudade


Pra começar, como definir a saudade? Eu acho que ela é prima do amor, da amizade, do carinho, do encantamento. E é irmã da memória. Nem toda lembrança traz saudade, mas toda saudade vem abraçada com uma lembrança. Pode ser a lembrança de um quem, de um quê, de um quando, de um onde, de um como, de um porquê... mas é sempre uma recordação de algo que foi bom, que nos cativou e nos fez feliz. Na maioria das vezes, ela é uma menina doce, que chega devargarzinho e nos dá um sorriso. Aí nós sorrimos de volta, porque quando a acolhemos é como se estivéssemos acolhendo tudo o que nos faz bem, é como um agradecimento por tudo que a vida nos oferece de único, de sensacional. Sentir saudade é confirmar que vale a pena viver. Só precisamos ter o cuidado de não alimentar demais essa menina, para que ela não cresça além do que é saudável e se torne uma adolescente problemática, rebelde, voluntariosa, que em vez de nos incentivar a aproveitar as oportunidades que estão no presente, queira travar uma batalha perdida contra o tempo, fazer o passado se descolar da memória e invadir uma realidade que não lhe pertence. A saudade deve ser uma visitante, não uma inquilina, jamais a proprietária da nossa vida. Ter saudade é bom, mas ela só tem razão de ser quando continuamos livres e abertos para o novo.

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